Meu nome não é Jude e essa música não foi feita pra mim. Mas, durante um
momento da minha manhã de sábado, era como se fosse. Meu nome então se tornou
Jude e eu só queria dançar pela sala, algo como uma valsa. Ou apenas aquilo que
a batida me permitia dançar... Mas, como tinha gente em casa, infelizmente isso
não aconteceu. Não exteriormente falando ;)
Mas deixa eu explicar melhor... Foi num dia que não acordei muito bem.
Aliás, já não estava muito bem há alguns dia. Por que? Bom, é difícil pra uma
adolescente, ou qualquer outra pesso de qualquer outro nível, sair de sua casa,
seu conforto e vir, sozinha, para um lugar onde não conhece ninguém. E os
primeiros dias foram difíceis pra mim. Todo mundo um par, seja amigo(a),
namorado(o), doesn't matter... E foi difícil pra mim porque eu não tinha
ninguém. Então passeava sozinha, fazia compras sozinha, lia sozinha, fazia tudo
sozinha. No início ''i don't care'', mas depois começou a ficar ruim e isso
começou a me afetar. Minha homestay Mom sempre pergunta como foi a escola e
tal... E um dia eu falei que foi legal, e que tinha ido visitar o parque.
Contei a ela que fui sozinha e ela me encorajou a fazer novos amigos,
convidá-los pra sair e coisas do tipo. Mas continuou não sendo fácil... E eu
fui ficando desanimada... Fui dormir desanimada, acordei desanimada. Falei com
Deus, li a bíblia... Mas isso permaneceu.
-x-
No dia em que meu namorado ia me levar pro aeroporto, passamos em sua casa
pra jantarmos. Na hora de se despedir, seu pai perguntou se eu tinha algo para
ler enquanto esperava mil horas no aeroporto do Panamá. Eu disse que tinha...
Mas mesmo assim ele me entregou um livro, chamado John, pra eu ler. A biografia
de John Lennon... E pensei ''ah,legal.'' Mas eu não queria ler esse livro. Eu
nem curtia The Beatles. Mas agradeci e trouxe mesmo assim... Então pensei
''puts, agora vou ter que ler esse livro. Tenhos tantos pra ler''. Depois de
uns três dia em Toronto, comecei a ler o livro. E estou simplesmente amando.
Levo a todos os lugares que vou. Mas ta, Alessandra, o que o livro tem a ver
com o que estava falando?
Bom, queridos, voltando ao primeiro tópico. Estava na sala conversando
com meu namorado e falando a ele como me sentia, e ele me dando palavras de
vida, de incentivo, palavras que me faziam sentir amada. Então levada pelo
ritmo do livro, decidi experimentar o som dos Teddys Boys. Na busca por uma
música legal, vi ''Hey Jude'' e lembrei que ja tinha escutado. Mas eu queria ouvir
o cd todo. E nenhum funcionava... Então decidi ouvir HJ. Quando a música
começou achei interessante e fui procurar a tradução para entender melhor. E WOW, enquanto ouvia, era como se Paul
estivesse cantando pra mim. Eu não era mais Alê, eu era Jude! Desde o primeiro
verso eu percebi que quem estava falando comigo não era o Paul... Mas era Deus.
E por um momento pra Deus eu também era Jude! Então ele dizia ''Ei, Jude, não
tenha medo! Você nasceu para ir lá e conquistá-la... No minuto que você deixá-la
fazer parte de você, então você pode começar a melhorar as coisas.'' Algo
dentro de mim se agitou. Então pensei ''Se eu nasci pra conquistar, então por
que não ir lá e fazê-lo? Mas o que Ele quer dizer com deixá-la fazer parte de
mim? É pra eu deixar Toronto fazer parte de mim?
E então Ele continou ... ''E todas as vezes em que doer, ei Jude, vá com
calma. Não carregue o mundo nos seus ombros.'' Nesse momento lembrei que, oh my
gosh, eu realmente não preciso carregar o mundo nas minhas costas. Ele já havia
me dito isso (Mt 11:28-30), mas eu tinha esquecido. ''Você bem sabe que é só os
tolos que dão de ombros, e deixam esse mundo um pouco mais frio. Na na na na na
na na na'' OH MY GOSH... Nessa hora pareceu que tinha acendido algo dentro de
mim. Queria rodar e girar e dançar e suspirar... (Essa sensação ainda permanece
enquanto escrevo e ouço a música.)
''Ei, Jude, não vá me desapontar! Você a encontrou, agora vá e a
conquiste... Lembre-se (ei Jude) de deixá-la entrar em seu coração. Então você
pode começar a melhorar as coisas.'' Na hora eu não sabia muito bem o que isso
significava, mas sabia que algo dentro de mim começara a explodir. E pensava
''Não vou te desapontar.''
''Então coloque pra fora e deixe entrar'' era exatamente o que o
Jonathan tinha me ajudado a fazer. Colocar pra fora, deixar o amor dele entrar,
deixar Toronto entrar, deixar a música ser real na minha vida.
''Ei, Jude, comece... Você está esperando por alguém com quem realizar
as coisas. E você não sabe que essa pessoa é exatamente você? Ei, Jude, você
vai fazer! O movimento que você precisa está nos seus ombros. Na na na na na na
na na'' Just O-H M-Y G-O-S-H... O que estava acontecendo? Era como se tivesse
fogos de artifícios dentro de mim, que não paravam de explodir. E esse ''na na
na'' me fez sentir tão... Tão coisa. Não tenho nem palavras pra expressar.
Queria rodar, pular, dançar, cantar... Me senti tão livre.
''Ei, Jude, não fique mal. Pegue uma canção triste e torne-a melhor...
No minuto que você deixá-la fazer parte de você, então você pode começar a
melhorar as coisas. Na, na na na na na, na na na, ei, Jude!! Na, na na na na
na, na na na, ei, Jude!!'' Então entendi o que Ele queria dizer com deixe-a
fazer parte de você. Simplesmente ouvir a canção e crer nela. Crer em tudo o
que ela diz e deixar isso fazer parte da minha vida.
Então eu não era mais de Jude. Eu era novamente Alê. Mas eu não tinha,
simplesmente, voltado a ser a Alê. E nem era um outro tipo de Jude... Eu era
simplesmente eu da maneira que deveria ser. A criatura voltando a ser como o
criador que que ela seja.
Obrigada, seu Jorge, pelo livro.
Obrigada, Jonathan, pelo apoio.
Obrigada, Deus, por ser meu criador.
I GOT THE FEELING!!
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